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Um Cabo Solto (Un Cabo Suelto) | Crítica

  • Foto do escritor: Messias Adriano
    Messias Adriano
  • 26 de set.
  • 2 min de leitura
Um Cabo Solto crítica

Existe certa dificuldade em definir o tom de Um Cabo Solto. Ora bem-humorado, ora sóbrio em demasia, esta coprodução Uruguai/Argentina/Espanha nunca parece atingir o ponto ideal de envolvimento emocional com seus personagens ou situações, mas também não chega a incomodar em seu desenrolar.


Santiago (Sergio Prina) é um policial argentino que está fugindo dos seus colegas por motivos desconhecidos. Ao tentar cruzar a fronteira da Argentina com o Uruguai, o cabo enfrentará desafios e conhecerá aliados curiosos na sua empreitada inusitada.


Existe uma ocultação proposital de informações para entendermos quem seria Santiago, o que ele fez para fugir dessa maneira, ou que passado o protagonista possui, onde estão família ou amigos deste homem antes ou durante a fuga. Inteligente ao saber esconder, o filme utiliza-se da montagem para apresentar os acontecimentos que sanam algumas dessas dúvidas fora da ordem cronológica.


Um Cabo Solto crítica

Nesse movimento, somos convidados a acompanhar o fechamento de pequenos e grandes ciclos. Nos menores, há uma piada envolvendo cinto de segurança que aparece no meio da obra, mas que remete à primeira cena e que depois volta ao final, importante no desfecho. Nos maiores, Santiago flerta com o ofício que aparentemente exercia quando mais novo e com sua família, a fabricação de queijos.


Mas assim como Santiago e outros personagens transitarão entre Uruguai e Argentina, paira no filme uma incerteza fronteiriça de drama comedido, de comédia moderada. Ri-se pelo nariz e com o canto de boca das piadas simpáticas. Compreende-se a dificuldade do protagonista em flertar com a atendente bela, visto que ele está ali para sobreviver e não ser pego, então paquerar não está entre as prioridades.


É fácil nos relacionarmos com o condutor da trama. Diferente de seus colegas policiais, que soam ameaçadores e perigosos em cada aparição, Santiago parece um homem bondoso. O personagem conta com sorte em sua fuga, mas também com a destreza para sair das situações arriscadas, por mais que algumas artimanhas não soem tão inteligentes assim.


Um Cabo Solto crítica

De discurso e atitudes um tanto quanto travados, há certa dificuldade do protagonista em se expressar, não só pela tensão da fuga que lhe move rumo à incerteza, mas também pela aparente timidez inerente ao personagem. Ainda assim e mesmo que quase não dê sorrisos durante o filme, Sergio Prina consegue nos oferecer um protagonismo carismático, bem adequados ao humor simpático da obra.


Acreditando na bondade dos coadjuvantes afastados dos grandes centros, o filme parece defender o simples ato de cuidar da própria vida sem atrapalhar quem lhes parece confiável, ainda que autoridades insistam em remexer o que quer escapar. Nesse desenrolar morno, mas jamais insípido, ameaça, tensão e humor surgem em pequenos vislumbres de um cinema comedido, mas comedido até demais.



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Nota: 3/5

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